quinta-feira, 25 de março de 2010

Tecnologia da Informação: prioridade para o Ceará


A tecnologia da informação vem desempenhando ao longo das últimas 5 décadas um papel fundamental e crescente na vida das pessoas e das empresas. Isso no Brasil. Em outros países começou 140 anos antes, com a invenção em 1820, por Charles Babbage, do primeiro computador, totalmente mecânico, chamado de Máquina de Babbage. Em 1948 foi criado o ENIAC, o primeiro dos modernos computadores, baseado em válvulas. De lá para cá, com o advento dos transistores e, posteriormente, dos circuitos integrados, e agora, com a miniaturização cada vez maior dos chips, das redes neurais e de outras inimagináveis tecnologias, a tecnologia da informação torna-se onipresente na vida das pessoas e empresas.
A tecnologia da informação abrange tudo que se destine ao armazenamento e difusão de dados. Os dados nos trazem informação; informação nos leva ao conhecimento; conhecimento nos leva à sabedoria, e sabedoria é a chave da existência da civilização humana.
É absolutamente desnecessário discutirmos sobre a importância da tecnologia da informação no mundo atual. Isso não se discute mais. O que ainda se discute em países como o Brasil, é a importância de se fomentar de forma contundente e prioritária o desenvolvimento e o domínio da indústria da Tecnologia da Informação.
O software nacional participa com somente 0,2% do mercado mundial de software, o que representa uma situação vexatória para a oitava economia do mundo. O Nordeste, por sua vez, participa com apenas 7% do mercado nacional de software.
Felizmente o Brasil começa a despertar para a importância da tecnologia da informação. Recentemente o governo de São Paulo assinou convênios destinando R$ 57 milhões para os parques tecnológicos de Botucatu, Piracicaba e Santos. A governadora Yeda Crusius, do Rio Grande do Sul, liberou em 18/12 de 2009, R$ 10 milhões para parques de tecnologia dentro do programa PGTec. Ao todo, nada menos que 86 parques tecnológicos foram implantados ou estão em fase de implantação no Brasil, com investimentos públicos federais, estaduais e municipais. Só em 2008 e 2009 o MCT investiu cerca de R$ 60 milhões, com contrapartidas de estados e municípios, com destaque para os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul e Pernambuco, onde, em um único projeto, está investindo R$ 27 milhões, sendo R$ 7 milhões do MCT, R$ 10 milhões da FINEP e R$ 10 milhões do governo do estado.
O Ceará, infelizmente, ainda não apareceu no mapa dos grandes investimentos nesta área, pelo contrário. A maior parte dos R$ 350 milhões faturados por nossas 620 empresas de TI são decorrentes da comercialização de produtos produzidos no exterior ou em outros estados. Nosso governo não prioriza nossas empresas e nossos produtos. Por quê? Por que não utilizar o poder de compra do governo para ajudar no desenvolvimento dessa indústria? Em países desenvolvidos, como os Estados Unidos, os órgãos governamentais compram somente produtos desenvolvidos por empresas locais, ou através delas. O que há de imoral em adotarmos a mesma política? Nosso setor é tão desassistido e desacreditado que recentemente houve um edital da FUNCAP (Edital 07, de Tecnologia da Informação) no qual nenhum dos 20 projetos apresentados foi aprovado. E não foi por falta de competência nossa na elaboração de projetos, pois entre eles havia projetos em parceria com entidades como o CTI - Centro de Tecnologia da Informação, entidade ligada ao MCT, sendo o maior centro de pesquisa e desenvolvimento do Brasil neste campo.
De quem é a culpa? A culpa é nossa, dos empresários do setor de TI, por não sermos capazes de nos articularmos em um planejamento de médio ou longo prazo. A culpa também é nossa, por não conseguirmos sensibilizar ao governo estadual e municipal quanto ao sentido de urgência, e quanto ao erro histórico que estão cometendo ao não priorizar a tecnologia da informação em nosso Estado.
Nenhuma fruta é cultivada, nenhuma calça é fabricada, nenhum transformador construído, nenhuma pedra é extraída, nenhuma energia é gerada, nenhuma flor é oferecida sem o apoio da tecnologia da informação.
Nossa atividade é meio para todas as outras. Nossa atividade permeia toda a economia. Precisamos nos apresentar como agentes do desenvolvimento. Como parceiros do governo, da indústria, do comércio, das demais empresas de serviço e do agronegócio. Somos agentes catalisadores do desenvolvimento econômico.
Estamos iniciando um novo ciclo de grande desenvolvimento econômico em nosso estado, em razão de grandes investimentos que se avizinham, como siderúrgica, refinaria, recursos do pré-sal, obras voltadas para a copa de 2014, obras do PAC, produção de energias limpas e renováveis. Um ciclo ainda maior de desenvolvimento se espera para o Brasil. Temos de ajudar o Ceará a não perder esta onda.

Ronaldo Nogueira
Presidente do Instituto Titan

Currículo:
Graduado em Engenharia Civil – Universidade de Fortaleza – UNIFOR (1980) e Mestre em Engenharia da Aeronáutica – Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA (1983). Fundador da COMPLUS Informática (1984), sócio-fundador da RCN Consultoria e Sistemas Ltda. (1987), Fundador da Lanlink Informática (1992), Sócio-Fundador do Instituto TITAN (2003) e Diretor Administrativo Financeiro do Instituto TITAN (Gestão 2009). Atualmente é sócio-diretor da RCN&BS Soluções em Tecnologia, diretor da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet- ASSESPRO-CE (Gestão 2009/2010), diretor do Sindicato das Empresas de Informática, Telecomunicações e Automação do Ceará – SEITAC (Gestão 2009/2010), Conselheiro do Centro Industrial do Ceará – CIC (Gestão 2010/2011) e atual presidente do Instituto TITAN (gestão 2010).

Assessoria de Comunicação do Instituto TITAN - ITIC
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