quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

TITAN na mídia - Editoria Opinião - O POVO

Artigo

Inovação: um consenso nacional


A inovação tem sido tema recorrente nas recentes discussões sobre o desenvolvimento brasileiro. Fortaleza também assume a inovação enquanto estratégia de desenvolvimento municipal, aprovando Lei que disciplina os incentivos fiscais e materiais do município para a criação do Polo Tecnológico de Fortaleza, assim como do Polo Criativo de Fortaleza, com redução da alíquota do Imposto sobre Serviços (ISS) de 5% para 2%, e até 100% de desconto do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e do Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) para as empresas que se instalarem em algum dos parques ou áreas demarcadas pela prefeitura.

Se cabe à academia formar profissionais, manter, ampliar e divulgar o conhecimento científico, compete ao Estado formular e implementar políticas públicas de fomento às indústrias criativas. A nós empresários compete pensar e agir estrategicamente ampliando a pesquisa dentro das empresas, em parceria com a academia, contribuindo para a qualificação dos nossos quadros.

Para inovarmos, precisamos agir profunda e radicalmente em nossas estruturas sociais. Somos como um iceberg que se move, não ao sabor dos ventos, mas das correntes. Por isso, precisamos promover uma espécie de “revolução cultural” capaz de transformar mentalidades e restaurar a indignação necessária para que enfrentemos nossas mazelas sociais. Urge combater o analfabetismo, a impunidade institucionalizada e a hipocrisia diante da relativização dos nossos problemas e diante do cinismo reinante, produtor de indivíduos conformados com o que aí está.

Esta revolução somente se fará se produzirmos, inicialmente, mudanças individuais que, por sua vez, repercutirão em transformações coletivas. Por outro lado, tais mudanças jamais se farão se não ousarmos formular e responder a perguntas que são, ao mesmo tempo, inadiáveis e impertinentes: por que insistimos em modelos políticos lenientes à corrupção? Por que confundimos políticas governamentais com políticas públicas? Por que aparelhamos o Estado com nossos correligionários à revelia de sua qualificação e expertise?

A grande inovação desta nação seria o resgate dos valores éticos, cívicos e morais que fundamentam o Estado e a sociedade civil. Dessa forma, seríamos capazes de distinguir conhecimento de sabedoria, estaríamos aptos a diferenciar as esferas do ser e do ter. No entanto, temos desenvolvido uma incômoda cegueira que, ao toldar nossos princípios, tem produzido imobilismo e passividade. Mas, qualquer indagação sobre a inovação deve ter por condição precípua um questionamento anterior, uma reflexão primeira. Eu me refiro às reflexões acerca de uma educação que seja verdadeiramente transformadora conforme Paulo Freire a concebeu.

Como ainda não conseguimos construir essa educação transformadora, continuamos vulneráveis, mantemo-nos impotentes diante das necessidades urgentes e emergentes do povo brasileiro. Por isso, qualquer política ou programa de fomento à inovação deve supor que esta inovação estará necessariamente presente na escola, sendo apropriada por professores, tornando-se uma expressão cultural dos alunos.

Fizemos muito nos últimos 20 anos, mas ainda temos muito mais o que fazer. Grande é a dívida que temos, nós que representamos a elite desse país, tão rico em suas expressões criativas e ainda tão injustas relativamente aos seus indicadores socioeconômicos. Necessitamos de inovação, mas devemos ter consciência de que “ela somente acontecerá se transformamos conhecimento em riqueza”, voltada ao bem comum e ao crescimento de todos.

FRANCISCO BALTAZAR NETO
Empresário e vice-presidente do Instituto TITAN


Data da veiculação: 10 de janeiro de 2010.
Link da matéria:
http://opovo.uol.com.br/opovo/opiniao/943762.html



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