quarta-feira, 26 de maio de 2010

Tempo de construir


O mercado mundial de software e serviços de Tecnologia da Informação (TI) movimentou, em 2009, cerca de US$ 873 bilhões. Deste total, a produção nacional participou com somente US$ 1,6 bilhões, menos que 0,2%. A produção do Nordeste representa 7% do montante nacional, algo em torno de US$ 112 milhões.

O Ceará conta com 620 empresas que faturaram, no ano passado, cerca de R$ 350 milhões, sendo a maior parte resultado da comercialização de hardware e software produzidos no Exterior ou em outros estados. Nossa indústria emprega seis mil pessoas de elevado nível educacional, promove a inclusão social e é base para o aumento da competitividade das empresas dos demais ramos de atividade.

Os países desenvolvidos enxergaram isso há décadas e investem pesadamente no fomento a esta indústria através de financiamentos diretos, investimento em infraestrutura, inovação, capacitação, produção, direcionando o poder de compra governamental, e muito mais.

O Brasil tem sido tímido nesta linha de ação. Não consegue voltar-se para o futuro de forma firme e contundente. No Nordeste, os estados de Pernambuco e Bahia começam a se distanciar dos demais no fomento a esta indústria. No Ceará, as empresas do setor ainda se esforçam por serem reconhecidas nas políticas governamentais de fomento.

Em recente edital de TI da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico (Funcap), nenhum dos 20 projetos apresentados foi considerado válido. Em outro edital, do Fundo de Inovação Tecnológica (FIT), de R$ 6 milhões, 82 projetos foram apresentados, 55 foram pré-qualificados, isto é, atenderam às exigências do edital, mas somente 21 foram aprovados, totalizando R$ 4.552.714,82 de recursos do FIT, ficando um saldo de R$ 1.447.285,18 disponíveis, que não foram destinados aos projetos avaliados como válidos.

Dentre as empresas com projetos aprovados, há algumas cujo faturamento horário, se não for maior, é bastante próximo do valor provavelmente financiado pelo FIT. Um incentivo que para elas representa muito pouco, ou nada, enquanto que para as pequenas empresas de TI poderia representar um real e forte apoio a seus projetos de inovação e crescimento.

É inquestionável o grande esforço feito por estas instituições em realizar o melhor trabalho possível, dentro das limitações e regras que lhes são impostas. É urgente, portanto, que possamos juntos, governo, iniciativa privada e instituições de fomento, entender e modificar os entraves que as impedem de serem mais efetivas na promoção do desenvolvimento do setor de Tecnologia da Informação de nosso estado.


Ronaldo Nogueira
Presidente do Instituto Titan

Fonte: Jornal O Povo

Assessoria de Comunicação do Instituto TITAN - ITIC
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